segunda-feira, 29 de março de 2010

Truculência, prepotência e covardia em SP - Serra exibe suas credenciais ao país lançando PM contra professores em greve

Truculência, prepotência e covardia em SP
Escrito por Leonardo Wexell Severo
27/03/2010
Serra exibe suas credenciais ao país lançando PM contra professores em greve



Escrevo estas linhas em meio a telefonemas de denúncias sobre presos e torturados pela Polícia Militar de José Serra na manifestação desta sexta-feira (26) nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Denúncias de grotescas armações realizadas por policiais que se passaram por manifestantes, abafadas para dar lugar ao assumimento da candidatura a presidente do governador do Estado mais rico e que paga o Pior Salário Do Brasil para o funcionalismo público. Também escrevo com dor, intensa, devido às queimaduras nos dois braços e mãos provocadas pelos sprays químicos, covardemente atirados pelos marginais com farda sobre quem fotografava de perto, documentando próximo demais para quem tudo quer encobrir. Depois, a versão oficial ganha as tintas da verdade nos jornalões e informação mercadoria cobre as emissoras de rádio e televisão.

Gás pimenta contra jornalistasAntes de dar continuidade, cito o saudoso conterrâneo Apparício Torelli, mais conhecido como o Barão de Itararé, que daria boas risadas do cenário montado por José Serra nos meios de comunicação. Uma mídia que até para ser venal podia ter algum limite. Vendo o quão tosca foi a cobertura, quão partidarizada e ideologizada em favor do escárnio dos educadores, não há como fazer chacota deste tipo de “jornalismo”. Dizia o Barão: “Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga” e que “A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana”..

Vamos aos fatos:


Estudantes se solidarizaram com professoresFoi montada uma barreira com a tropa de choque e grandes blocos de cimento impedindo o deslocamento de dezenas de milhares de professores em greve que, enfrentando a chuva e os inúmeros bloqueios da Polícia Militar - como nas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares, e também na Marginal do Tietê - conseguiram chegar até a avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi.
O comando da paralisação, que Serra diz ser de 1%, até o dia de hoje não havia conseguido sequer ser recebido pelo governo. Nesta sexta uma comissão foi recepcionada finalmente no Palácio, mas o mesmo governo que alega não haver greve, diz que só iria negociar com a volta à aula dos grevistas.

Naquele mesmo instante, sob ordens do governador que já havia fugido da cidade, marginais vestidos com a farda da Polícia Militar abriram fogo contra manifestantes que queriam respaldar a negociação, mas foram recebidos com golpes de cassetetes, balas de borracha e bombas de efeito “moral”. Tinham que ficar no seu lugar. Ali era local reservado a autoridades e bacanas. Os professores não eram nenhum dos dois.
Diante do impasse e da decisão do governo tucano de manter o arrocho salarial – os professores acumulam perdas de 34,3% -, da continuação do escárnio da política de bônus, provinhas e provões, sem qualquer Plano de Carreira, com as salas superlotadas, com os laboratórios e bibliotecas caindo aos pedaços, com o fechamento de turnos e escolas, a greve continua. E nova assembleia foi convocada para a próxima quarta-feira, dia 31 de março.

Professor Thiago Leme foi alvejado pelas costasCom as costas perfuradas por duas balas de borracha, Thiago Leme, professor de biologia da Escola Estadual Metalúrgico, em São Bernardo do Campo, relatou: “Não espero absolutamente nada deste governo, somente que saia o mais rápido possível. Somos uma categoria profissional digna e deveríamos ser tratados como seres humanos. Infelizmente, a imprensa é parte deste sistema corrupto e vamos ter amanhã as versões dos fatos que eles inventarem sobre hoje”.

Com as duas pernas sangrando, atingidas por bombas de efeito moral, Sílvio Prado, professor de História de Taubaté, desabafou: “Deste governo a gente não pode mais esperar nada, só truculência”.

Sindicalista, Policial Civil, Jeferson Fernando foi confundido com um professor, mantido preso e espancado por cerca de três horas e levado ao 34ª DP de Francisco Morato. Com a roupa rasgada e acompanhado por dirigentes do Sindicato, Jeferson foi até a Corregedoria denunciar os inumeráveis abusos dos quais foi vítima.

Professor de Filosofia em Jundiaí, Fernando Ribeiro presenciou quando um dos muitos policiais infiltrados pelo governo na manifestação “tentava atear fogo em um veículo, buscando incriminar os manifestantes”. Com o policial à paisana identificado, professores e estudantes saíram à caça do marginal que buscou refúgio entre os policiais militares. “Tentaram colocar fogo no carro para culpar o protesto. Como agiram com muita força, numa ação desproporcional, queriam uma justificativa”.


Carlos Ramiro (Carlão) foi atingido por um estilhaço de bombaCoordenador da representação do funcionalismo público estadual e vice-presidente estadual da CUT, Carlos Ramiro de Castro (Carlão) foi atingido na testa por um estilhaço de uma das bombas lançadas a esmo pelos policiais. Tranquilo, Carlão foi categórico: “O governo perdeu a cabeça e está desesperado. A razão está do nosso lado, venceremos!”

A professora Maria Izabel (Bebel), presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Público Oficial do Estado de São Paulo), também denunciou os provocadores "infiltrados" pelo governo estadual para deslegitimar a manifestação pacífica e exortou a categoria a ampliar a mobilização e se fazer presente na próxima quarta-feira na Paulista. “Tentaram nos colocar de joelhos, mas estamos aqui, de cabeça erguida, exigindo o respeito que esta maravilhosa categoria merece”.

A presidenta da União Municipal dos Estudantes de São Paulo (UMES), Ana Letícia, sublinhou que “os professores nos enchem de orgulho pois estão enfrentando com garra e coragem a covardia e a mentira do desgoverno Serra. Contem conosco para seguir em frente na defesa da melhoria da qualidade do ensino público”.


Cada vez mais claro: Serra mente para o povoDe acordo com o deputado estadual Roberto Felício (PT), o simples fato das direções de escola terem sido instruídas pelo governo a não informarem sobre a paralisação é um forte indício do respaldo do movimento junto à categoria, “que está na linha de frente, pois não foge da luta”.

Conforme o deputado estadual Major Olímpio (PDT), liderança dos policiais militares, o que o governo estadual fez foi usar de toda a sua truculência e o seu aparato repressivo em vez de abrir negociação com os professores. “Os manifestantes vieram para dialogar, mas o governo tucano os recebeu como numa guerra”, frisou.

Para os incautos que ainda alimentavam alguma ilusão em relação à falta de caráter de José Serra, vale o comentário de um ex-amigo seu, Flávio Bierrenbach, ex-deputado e ministro do Superior Tribunal Militar: “Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico. Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente. Poucos o conhecem. Engana muita gente. Prejudicou a muitos dos seus companheiros. Uma ambição sem limite. Uma sede de poder sem nenhum freio".

sábado, 27 de março de 2010

GOVERNO SERRA AGRIDE PROFESSORES



GOVERNO SERRA AGRIDE PROFESSORES - Tropa de choque cerca ruas da região do Palácio dos Bandeirantes e ataca professores com bombas de efeito moral e balas de borracha vários professores ficaram feridos.






PROFESSORES DECIDEM: GREVE CONTINUA

Próxima Assembleia - dia 31 (quarta-feira) na Paulista
EXIGIMOS NEGOCIAÇÃO JÁ!

Mais uma vez os professores deram uma demonstração de garra e disposição de luta nesta sexta-feira, 26. Além da chuva, que marcou o início da assembleia estadual, realizada no Morumbi, nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, os professores enfrentaram a truculência do governo José Serra, que posicionou a tropa de choque, a Cavalaria e a Força Tática no entorno da sede do governo para impedir o direito ao livre trânsito de professores. Houve conflito. A tropa de choque usou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha contra a categoria. Vá-rios professores ficaram feridos.

O governo tentou de tudo para evitar a realização da assembleia, realizando bloqueios policiais nas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares e na Marginal do Tietê para barrar os ônibus que traziam professores do interior. Não conseguiu. Mais de 40 mil professores aprovaram a continuidade da greve e uma nova assembleia no próximo dia 31 de março (quarta-feira), às 15 horas, no vão livre do MASP.

Uma comissão foi recebida pelos secretários adjuntos da Casa Civil e da Educação apenas para afrontar mais uma vez o nosso movimento, propondo que a negociação se dê apenas com o fim da greve. Entretanto, cabe aos professores – e não ao governo – decidir o encerramento da greve, mediante o atendimento das reivindicações.

Materiais de mobilização

A assembleia aprovou a realização de um dia estadual de doação de sangue, em 30 de março, cujo cartazete segue anexo a este fax, para ser reproduzido pelas subsedes.
Também segue anexo um panfleto dedicado aos professores que prestarão a prova do concurso no próximo domingo, 28. Orientamos para que a panfletagem ocorra nos locais das provas ao final do exame. Da mesma forma, segue material a ser encaminhado às igrejas, solicitando que seja lido nas missas e cultos dominicais.

Os cartazes convocatórios estarão disponíveis às subsedes da Capital e da Grande São Paulo nesta segunda-feira, na Sede Central, a partir das 12 horas.

Bota-fora de Serra

A participação no bota-fora de Serra no dia 31 de março, às 12 horas, na Praça do Patriarca, será organizada em alas.
Abaixo, encaminhamos distribuição das subsedes, com temas relativos à rede estadual de ensino.

Solicitamos que os professores vistam-se com as cores de cada ala. Outra sugestão é criar algum acessório e/ou fantasia que possa ser “vestido” pelos professores por cima da roupa.

Nossas principais reivindicações:
Reajuste imediato de 34,3%;
Incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
Contra o provão dos ACTs;
Contra a avaliação de mérito;
Contra o PLS 403 (Senado Federal);
Pela revogação das leis 1093, 1041, 1097;
Por um plano de carreira justo;
Concurso público de caráter classificatório.

ASSEMBLEIA ESTADUAL
31/03 – 15 horas – Vão livre do MASP
São Paulo, março de 2010.
Prezados senhores, prezadas senhoras,

A APEOESP, sindicato dos professores estaduais, pede respeitosamente licença para expor aos senhores e às senhoras, resumidamente, a situação atual da rede estadual de ensino, e os motivos que nos levaram a estar em greve desde o dia 8 de março.
Esta nossa mensagem é importante, porque estamos dialogando com pessoas cujos filhos e filhas são, possivelmente, nossos alunos e alunas na escola pública.

O propósito da nossa greve é, sim, melhorar nossas condições salariais e de trabalho, mas o objetivo maior é oferecer um ensino sempre de melhor qualidade.

Estar em greve nunca é uma situação fácil; por isto ela é um recurso que utilizamos quando as portas se fecham e não ocorre a negociação. É o que tem acontecido. Há muito tempo estamos alertando o governo de que nossos salários são muito baixos, que acumulamos muitas perdas e que as condições de trabalho são muito ruins. Isto afeta a qualidade do nosso trabalho e prejudica o aprendizado de seus filhos e filhas.
Mas o governo não nos atende, nem quer negociar. A resposta é sempre não, não e não.

Para piorar, agora manda a polícia militar nos agredir, como tem ocorrido em diversas cidades e, com maior gravidade, na tarde de 26 de março nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, deixando vários professores feridos.

Os senhores e as senhoras sabem que o professor que alfabetiza seus filhos, na jornada de trabalho de 24 horas semanais, ganha apenas seis reais e cinquenta e cinco centavos por hora aula?

E que o professor de 5ª a 8ª série e ensino médio ganha apenas sete reais e cinquenta e oito reais por hora aula? E que o nosso vale alimentação é de apenas quatro reais?

Escola não é só prédio e equipamentos. Eles são importantes, mas a essência da escola são as pessoas que nela estudam e trabalham. No entanto, ao contrário de serem valorizados, os professores estão submetidos a muita pressão. Leis e decretos que retiram direitos profissionais, impõem obrigações injustificadas, provas para isto e para aquilo e estimulam uma competição nada saudável entre professores, criando um clima nas escolas que não ajuda a melhorar o processo educativo.

Nós precisamos do apoio e da compreensão de vocês. Nossa profissão é ensinar. Nós formamos e dedicamos nossas vidas a isto. Nosso instrumento de trabalho é a educação. Estamos tristes com tanto desrespeito do governo, mas não nos entregamos porque temos compromisso com cada um de vocês e com seus filhos e filhas.

Quanto mais apoio houver, mais rápido o governo negociará e as escolas estaduais de São Paulo voltarão à sua rotina normal, mas haverá mais qualidade de ensino... podem estar certos disto!

Um grande abraço. Muito obrigada!
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Salário, emprego, carreira, SIM! Provinhas e provões, NÃO!

AUTORITARISMO E TRUCULÊNCIA NÃO VÃO NOS CALAR
A GREVE CONTINUA. NEGOCIAÇÃO JÁ!

Este momento, o da realização do concurso público, é extremamente importante na vida daqueles que já estão há algum tempo na rede estadual como temporários – e que buscam se efetivar, para os que desejam melhorar sua situação funcional e para os que sonham iniciar a carreira do magistério, recém-saídos das universidades.

A APEOESP sempre defendeu o ingresso na carreira pública por meio de concurso de provas e títulos, e de caráter classificatório, mas os sucessivos governos do PSDB não realizaram concursos periódicos, em número suficiente.

O resultado é que mais de 48% dos professores da rede estadual são contratados em caráter temporário – e isto significa mais de 100 mil profissionais. Agora, o governo realiza um concurso eliminatório, em duas fases, para preencher apenas 10 mil vagas!

Ao mesmo tempo, por falta de uma política salarial, os salários dos professores estaduais estão extremamente achatados. Estado mais rico da Federação, São Paulo paga o 16º pior salário do país: o PEB II, em jornada de 24 horas semanais, ganha R$ 7,58 por hora-aula; o PEB I, R$ 6,55. Ganhamos menos que os nossos colegas do Acre (R$ 11,70 a hora-aula), de Roraima (R$ 10,32), Alagoas (R$ 10,15).

O governo Serra, com a ampla maioria na Assembleia Legislativa, impôs um pacote de maldades contra os professores: as leis 1093, 1041 e 1097. Elas limitam o reajuste salarial apenas aos professores que sejam aprovados em uma prova, ainda assim limitados a 20% do total de professores. Ou seja, o reajuste pode ser dado apenas a um número ínfimo de professores e, de cara, 80% ficam prejudicados. Quanto aos temporários, os ingressantes e os que não são abrangidos pela lei 1010/07 (da Previdência Estadual) têm que se submeter a uma prova todos os anos, para participar do processo de atribuição de aulas. Pior, os contratos dos novos temporários terão validade de até 12 meses depois terão que cumprir uma “quarentena” de 200 dias para poder se candidatar de novo no processo de atribuição.

Isto precariza ainda mais a já precária situação do professor temporário.
É por estas razões e tantas outras que estamos em greve. Temos a necessidade de reajuste imediato de 34,5% para repor as perdas salariais dos últimos 12 anos. Também reivindicamos a revogação das leis 1093, 1041 e 1097 queremos emprego e concurso público de caráter classificatório para efetivar o maior número de professores e, desta forma, garantir o emprego.

Mas ao invés de negociar, o governador José Serra nos trata com truculência. Na assembleia do dia 26, no Palácio dos Bandeirantes, a violência atingiu níveis inaceitáveis. Vários professores foram feridos pela ação da tropa de choque.
Contudo, não vamos nos calar. Não nos intimidaremos por ameaças, afrontas e truculência. Nossa greve continua pela melhoria das condições de trabalho, por nossos salários e empregos. Não à prova de mérito; não às provas dos temporários; não às políticas excludentes do governo estadual. Contamos com o seu apoio. Participe conosco na quarta-feira, 31, da nossa assembleia estadual, na avenida Paulista (vão livre do MASP), a partir das 14 horas.

domingo, 21 de março de 2010

A VERDADE SOBRE JOSÉ SERRA E A EDUCAÇÃO PAULISTA

A VERDADE SOBRE JOSÉ SERRA E A EDUCAÇÃO PAULISTA

Estamos em ano de eleição e, portanto, é hora de prestarmos atenção aos possíveis candidatos para que o nosso voto não seja motivo de mais mazelas sociais causadas por más administrações. Sabemos, no entanto, que manter-nos informados quanto ao que realmente acontece em nossa sociedade não é tarefa fácil, uma vez que boa parte da grande mídia está a serviço do capital e de partidos políticos – geralmente conservadores.Como o PSDB

É por essa razão que, por meio desse e-mail, queremos informar a todos o que realmente acontece na educação paulista, uma vez que possivelmente o Sr. José Serra se candidatará ao cargo de presidente da República neste ano.
Acreditamos na Internet como um meio eficiente de fazer ouvir a nossa voz, quando o governo e a mídia, por conta dos seus interesses eleitoreiros, querem nos calar e difamar a todo custo.

Um exemplo dessa atitude criminosa da mídia golpista é a matéria que, recentemente, foi publicada no Estadão. Dentre outras insinuações, o jornal acusava os professores da rede estadual de entrar em greve como um pretexto para ficarem de “braços cruzados”, um jeito “sutil” de classificar a categoria como preguiçosa.
O jornal “esqueceu-se”, no entanto, de contar aos leitores os reais motivos da paralisação dos professores. Este e-mail, portanto, pretende impedir a manipulação asquerosa promovida por esse e por outros jornais de grande circulação, contando o que de fato acontece nos estabelecimentos de ensino do estado de São Paulo e que motivou a greve.

SEGREGAÇÃO DA CATEGORIA

O governo Serra dividiu os professores em categorias com letras sugestivas como O de otário, L de lixo, F de f*****, etc, como se fôssemos gado marcado a ferro quente nas costas com as iniciais do dono.

O intuito disso é muito simples: segregar a categoria, jogando professores uns contra os outros, numa clara tentativa de enfraquecer a categoria, facilitando a aplicabilidade dos desmandos do governo tucano.

A verdade, no entanto, é uma só. Somos todos professores, e temos – ou deveríamos ter pela lógica mais pueril – os mesmos direitos. Na prática, porém, não é o que acontece depois da invenção das malfadadas “letrinhas”. Cada categoria de professores é totalmente diferente da outra.

A DUZENTENA

Os professores da categoria O, por alguma razão ilógica que ainda estamos tentando compreender, após término de contrato terão que ficar 200 dias afastados das salas de aula. Isto significa que, se um professor está cobrindo uma licença de três meses, após esse período cessa o contrato e ele precisa ficar 200 dias em casa.

As perguntas óbvias que surgem imediatamente são: Acaso deixaremos de precisar trabalhar durante 200 dias? Nossos filhos deixarão de comer durante 200 dias? Sob quais argumentos o governo aprovou uma lei tão absurda e sem sentido?
O que parece é que a lei é um desestímulo a que os professores participem das atribuições de aula, e cubram licenças como professores eventuais, o que acontece muito.
Isso porque um professor contratado exige que se recolha INSS, que se pague horas de HTPC, dentre outros benefícios que o eventual não tem.

MATERIAIS DE PÉSSIMA QUALIDADE

Há alguns anos o governo tucano de São Paulo vem enviando às escolas revistas com aulas já prontas – tirando toda a autonomia e liberdade do professor. Tais revistas são de péssima qualidade, apresentando erros grotescos, propondo exercícios patéticos que pouco ou nada contribuem para o avanço dos alunos.

SARESP NÃO MOSTRA A REALIDADE DOS ALUNOS PAULISTAS

Os índices do IDESP – que somam índice de aprovação de alunos e desempenho na prova do SARESP – estão longe de revelar a realidade das salas de aula no estado de São Paulo. A verdade é que, com a progressão continuada, isto é, a obrigatoriedade de aprovar um aluno de um ano a outro, a menos que este exceda o número de faltas permitidas, é muito fácil manter um índice alto de aprovação de alunos, sem que isso signifique necessariamente que eles possuem as competências e habilidades que deveriam possuir.

Ademais nos resultados do SARESP o que vemos são textos asquerosos que tentam intensificar avanços pequenos, e minimizar atrasos significativos. Ademais o governo tem o mau hábito de atribuir a suas políticas educacionais os méritos dos avanços dos alunos, e lançar apenas ao professor a responsabilidade pelos regressos.

SALAS LOTADAS

Há um grande número de alunos por sala de aula, o que dificulta o trabalho dos professores, fazendo com que o ensino não tenha a mesma qualidade que poderia ter caso o número de alunos fosse reduzido.
Além disso o governo prometeu que colocaria dois professores por sala na primeira série do Ensino Fundamental I, e isso não é o que temos visto. Ao contrário, o que vemos são PEBs I com 40 crianças de cinco e seis anos sem que haja o prometido professor auxiliar..e não pense que é só nas PEBs I que encontramos esses números absurdos de alunos não!!!

PROVÃO DOS ACTs

Está claro que o governo pretende com o provão dos ACTs passar a ideia ilusória de que os supostos “professores incompetentes” serão afastados das salas de aula, o que seria um avanço na educação, uma inovação desse governo. Isto porém não passa de mais uma medida para fazer com que o povo acredite que a educação está melhorando graças ao governo Serra. Também é um meio de jogar a responsabilidade pela falência da educação sobre as costas dos professores, classificando-os como incompetentes, para não assumir a parcela farta de culpa do governo tucano que sucateou o ensino.



AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO E VALE-TRANSPORTE

Quanto a essa parte não é preciso dizer muita coisa. Não é à toa que os colegas apelidaram o vale-refeição de “vale-coxinha”. Quem consegue receber o “benefício” sabe que ele é tão vergonhoso quanto o nosso salário. E aí dar mais aulas ou ultrapassar o "limite" de salário para receber o vale-coxinha ou ficar com o vale-coxinha e dar menos aulas? Difícil escolher entre as duas mixarias!!!!

PROPAGANDA ENGANOSA

O governador José Serra,do PSDB com claros interesses eleitoreiros, tem veiculado propagandas na mídia que mostram uma realidade falseada da educação paulista. Nessas propagandas o salário dos professores é ótimo, a educação avança vertiginosamente, etc.
Na prática qualquer professor sabe que isso não é verdade.

SALÁRIOS MISERÁVEIS

Freqüentemente somos acusados pela mídia golpista a serviço do PSDB de mercenários, simplesmente porque lutamos por salários dignos. Parece que a imagem que se tem do professor é a mesma do “voluntariado”.
Nós professores temos famílias para sustentar, temos contas a pagar, dedicamo-nos não somente dentro da escola, mas também em nossas casas, já que é no lar que nos atualizamos, corrigimos trabalhos, planejamos aulas.
O salário base de um professor hoje não chega a R$ 950,00, o que é muito pouco para um trabalho que exige de nós muito tempo.



FALTA DE CONCURSOS PÚBLICOS PARA EFETIVAÇÃO

Vem do período da ditadura militar essa insistência em manter professores temporários na rede. Hoje esses professores são parte significativa de todo o efetivo da categoria. O número de temporários ultrapassa os 80.000 professores.
Isso gera algumas dificuldades na hora de aposentar-se, e não dá acesso a alguns benefícios que o efetivo tem.
É verdade que agora – em ano de eleição – o governo realizará um concurso público para efetivação de professores. No entanto o número de vagas é ridículo, pouco mais de 10.000. Precisamos de muito mais vagas para substituir todos os temporários da rede, então só pensando um pouquinho...já sabem de quem serão as vagas..tempo de serviço não conta?

PROFESSORES NÃO FORMADOS ATUAM NA REDE

O governo, que vez ou outra coloca professores de “reforço”, como está acontecendo com os educadores da disciplina de matemática, e que quer demonstrar tanto rigor na contratação de professores com provas eliminatórias, na verdade permite que alunos de faculdade – ainda não formados – bacharéis e tecnólogos – que não passaram em sua graduação por disciplinas relacionadas à prática pedagógica, lecionem tranqüilamente na rede pública.

Preste muita atenção em quem você vai votar.
A mídia e o governo estão tentando jogar a sociedade contra os professores, ao mesmo tempo que tentam abafar as reais dimensões da greve para que a imagem do “candidato das elites” não saia arranhada e atrapalhe suas pretensões políticas.

PSDB-NUNCA MAIS

Professores tomam a Paulista: “A greve continua, Serra a culpa é sua”

60 mil contra o desmonte do ensino

Escrito por Leonardo Wexell Severo

19/03/2010
Professores tomam a Paulista: “A greve continua, Serra a culpa é sua”

Multidão desce a ConsolaçãoEntoando palavras de ordem como “A greve continua, Serra a culpa é sua” e “Somos todos professores, efetivos, temporários, contra a precarização, por trabalho e mais salário”, o magistério paulista voltou a tomar a avenida Paulista, nesta sexta-feira (19), contra a intransigência do desgoverno estadual e o desmonte do ensino.

Com a concentração marcada para o início da tarde no vão livre do MASP, as delegações foram chegando em caravanas de ônibus da capital e do interior trazidas pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). Logo já eram 60 mil educadores tomando as duas faixas da Avenida Paulista para a realização da assembleia.

Esbanjando ironia e bom humor, os professores ergueram faixas e cartazes onde qualificavam o governador José Serra de “exterminador da educação”, “mentiroso” e “fujão”, terminologia também direcionada a seu secretário de Educação, Paulo Renato, notório ministro de FHC, que proliferou a privatização do ensino no país.

Além de não abrirem diálogo com a direção do movimento durante as duas semanas de greve - que chegou a paralisar 80% das escolas nesta sexta -, governador e secretário fugiram de atividades das quais deveriam participar para não ter de ouvir cobranças, nem dar explicações aos professores. “Ocorreu uma atividade perto da ponte do Jaraguá em que Serra iria e organizamos um comitê de recepção. Quando ele soube, não deu as caras. É um fujão, que não dialoga com a sociedade. Nós queremos negociação”, declarou a professora Nair P., de Português.


Bebel, presidenta da Apeoesp,, no Masp. Foto: CUT-SPProfessora de Matemática de Sorocaba, Marlene S. sintetizou o que acredita ser o motor do impasse: “o problema do Serra é que ele mente, como a questão dos dois professores por sala de aula que nunca existiu e a dos salários, que estão há 11 anos sem aumento. Faltam apenas nove dias para eu me aposentar, mas estou aqui porque o ensino público paulista não merece tamanho desrespeito”.

Enquanto entrevistava os professores, Serra se multiplicava em torno de mim. Como abutre, vampiro ou defunto, levado em caixões por dezenas de mãos que exorcizavam seus feitos: superlotação de salas, arrocho salarial de professores e funcionários, abandono e desestruturação de bibliotecas e laboratórios. Na lápide, ao lado de um dos caixões, o alerta contra o “morto-vivo”: “quem destruiu a educação não pode governar a nação”.

Muitos jovens, com faixas e bandeiras da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), expressavam o seu apoio ao movimento reivindicatório: “O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!”. Como explicou a presidenta da entidade, Ana Letícia, a solidariedade é total: “os professores estão tentando salvar a educação da destruição a que vem sendo submetida por uma política predatória, que mantém 100 mil professores em caráter temporário e em serviço precário”.

Ao som do batuque de tambores, estudantes vindos de Santo André também elevaram a voz: “Hoje são eles, amanhã seremos nós, professores, estudantes, nossa luta é uma só!”. Do alto dos prédios, papel picado, aplausos e sinais de aprovação, sempre retribuídos com acenos pelos manifestantes.



Bebel (Apeoesp) e João Felicio (CUT)Aclamada pela mutidão, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), condenou a postura autoritária e mentirosa adotada pelo governo estadual que, além de não negociar, manipula os números, falando em 1% de adesão da categoria. “Serra insiste em dizer que não há greve, mesmo assim, a cada assembleia, vemos que é cada vez maior o número de manifestantes. Ele diz que é uma greve política e tem razão, porque defendemos o partido do magistério paulista, pela melhoria das condições de ensino, de vida, trabalho, salário, respeito e dignidade”, sublinhou.

Na avaliação da dirigente da Apeoesp, a primeira semana de greve foi de conscientização; a segunda, de crescimento; e a terceira será de resistência, com o movimento se enraizando e paralisando todas as escolas.

A energia da manifestação se expressava não apenas pelo moral elevado, como pela sua imensidão. No momento em que a passeata dos professores já ia longe na avenida Consolação, ainda havia gente no Masp, com a massa compacta ocupando mais de um quilômetro. E foi assim que dezenas de milhares chegaram na Praça da República, onde está localizada a Secretaria de Educação, para presenciar uma nova fuga de Paulo Renato, que não deu as caras.

Diante do impasse, os professores decidiram que vão abandonar o “subordinado” e passar a negociar com o seu “chefe”: na próxima sexta-feira (26), vão marchar até o Palácio dos Bandeirantes para falar diretamente com o governador. O eixo da convocação do ato, para o qual estão convidados pais e alunos, é “Serra mente para o povo, a educação pede socorro”. Entre as principais reivindicações a reposição das perdas salariais, com o reajuste de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira justo; concurso público; garantia de emprego e contra as avaliações excludentes.


Estudantes denunciam Serra: exterminador da educaçãoEm nome da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, ex-presidente da Apeoesp, reiterou a solidariedade e o compromisso de luta pela recuperação da escola pública. “Se hoje fizermos uma pesquisa séria no Estado de São Paulo, veremos que nenhum estudante quer ser professor. Isso ocorre pelo brutal abandono, porque ninguém agüenta o salário de miséria que vem sendo pago pelo estado mais rico do país, com a mais alta arrecadação de ICMS”, declarou. Segundo João Felício, “a verdade é que depois que os tucanos chegaram ao governo de São Paulo, o caos foi instalado na educação e os movimentos sociais foram criminalizados”.

O vice-presidente da CUT-SP e também ex-presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro (Carlão), condenou o “trololó” dos tucanos e exortou os professores a ampliarem a convocação para o ato em frente ao Palácio dos Bandeirantes: “será a resposta do magistério público que não aceita o sucateamento da educação e exige respeito”.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sapateiros de Franca em greve

Sapateiros de Franca em greve

Escrito por Leonardo Severo
18/03/2010

Paralisação por fábrica já arrancou aumento real de 3% para metade da categoria



Greve se espalhaA ofensiva desencadeada pelo Sindicato dos Sapateiros de Franca desde segunda-feira (15), com a estratégia da paralisação por fábrica, já conseguiu beneficiar metade dos cerca de 27 mil trabalhadores da base em mais de 500 indústrias de calçados.
Os acordos fechados contemplam 7,5% de reajuste salarial – mais de 3% de aumento real diante de uma inflação de 4,36% -, piso de R$ 612,00; abono escolar anual no valor de 160,00 por filho e 90 horas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), de acordo com o salário de cada trabalhador. Além disso, o período do contrato de experiência foi reduzido para 60 dias, a data base foi mudada para o 1º de maio – o que favorece as mobilizações, pois anteriormente era fevereiro – e foram renovadas todas as cláusulas sociais.

“Garantido e registrado tínhamos quatro mil trabalhadores beneficiados pelos acordos, aos quais se somaram outros 10 mil apenas com a ameaça da greve rondando as empresas. Isso nos estimula a ampliar a mobilização”, declarou Sebastião Ronaldo de Oliveira, presidente do Sindicato.

Nesta quinta-feira o Sindicato concentrou os carros de som e boa parte da sua estrutura em três indústrias que empregam cerca de 500 funcionários: Florence, Corvari e Italforma. “A pressão da base é a única linguagem que o sindicato patronal entende. Com as empresas paradas fica mais fácil. Este é o nosso entendimento e o pique da greve tem sido decisivo”, informou o sindicalista. Agora, acrescentou, a solidariedade de classe começa a jogar peso fundamental, pois são centenas de fábricas para o Sindicato atender. “Além de grande importância, temos uma enorme necessidade de apoio. Todos os companheiros que puderem ajudar com estrutura serão bem-vindos. Enquanto nos concentramos numa fábrica há pelo menos outros quatro ligando, solicitando a presença dos nossos diretores”, explicou Ro/naldo.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTV), Cida Trajano, reforçou a convocação para que os Sindicatos se solidarizem: “greve é momento de um por todos e todos por um. Com toda a certeza, a conquista de um aumento real tão significativo, entre outros avanços, vai se irradiar não apenas pelo Estado de São Paulo, como pelo país, dando mais consistência e solidez às nossas reivindicações”.

Os Sindicatos e entidades que puderem auxiliar devem entrar em contato pelos telefones (16) 2104.4343, (16) 9121.8246 e (16) 9156.6746.



Mais informações – Ronaldo (16) 9146.6476.

Greve dos servidores - Fetam-SP/CUT critica o sindicato

OPOSICÃO SINDICAL CUTISTA MUNICIPAIS DE RIBEIRÃO PRETO


Greve dos servidores - Prefeitura estuda maneira de melhorar proposta de reajuste para funcionários públicos

GUTO SILVEIRA - antonio.silveira@gazetaderibeirao.com.br

Gazeta de Ribeirão -FONTE http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1678890&area=92020&authent=B39E12291053000A2719B280EAB901
- A INTEGRA ESTA NO JORNAL IMPRESSO DO DIA 18/03/2010

Representantes do Sindicato dos Servidores Municipais (SSM) devem voltar a se reunir hoje com secretários municipais para a discutir as reivindicações da categoria. Ontem pela manhã, o presidente do SSM, Wagner Rodrigues, entregou na Prefeitura o ofício que avisa sobra a decisão de paralisação a partir de terça-feira.

A greve foi aprovada em assembleia na noite de anteontem, mas nova reunião dos servidores acontece hoje partir das 18h, para informar os servidores em caso de novos avanços na negociação ou para reafirmar a greve já deflagrada.

"A Prefeitura já assinalou que quer retomar o diálogo e informou que os secretários estão levantando informações financeiras. Pode ser que nova proposta seja feita", disse Wagner.

O secretário de Governo, William Latuf, disse ontem à tarde que a prefeita Dárcy Vera (DEM) e os secretários Marco Antonio dos Santos (Administração) e Manoel Saraiva (Fazenda) estavam mesmo fazendo levantamentos ontem. "Vamos ver se é possível melhorar a proposta. Por enquanto, foi oferecida apenas a reposição da inflação", afirmou Latuf.

Ontem à noite, a prefeita se reuniu com os três secretários (incluindo Latuf), Lair Luchesi Júnior (presidente da Fundação Pedro II) e o assessor Reinaldo Takarabe, para discutir o assunto. O sindicato deve ser chamado hoje pela manhã para uma reunião.

O SSM pede a reposição da inflação, de 4,31%, mais 2% de seguro de vida (prometido no ano passado, mas ainda não aplicado) e 9,58%, que representa o excesso de arrecadação de 2009, além de um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), pagamento da licença-prêmio antes da data prevista pela Prefeitura, a partir de julho, aumento no valor da nutricional dos aposentados (hoje R$ 65) entre outros pedidos.

A Prefeitura concordou, até agora, em pagar a reposição de 4,31%, conceder 13,96% de reajuste no vale-alimentação (o sindicato pede 15,89%) e em contratar uma consultoria para elaborar o PCCS. Mas a administração pretende publicar o edital de licitação em abril, o que seria proibido pela Justiça Eleitoral.

Fetam critica o sindicato

O diretor da Federação dos Trabalhadores da Administração Municipal (Fetam-SP/CUT), Alexandre Pastova, disse que a forma de pedido de reajuste feita pelo Sindicato dos Servidores, pode dificultar as conquistas. Para ele, o equívoco está em detalhar os percentuais. "Da forma como foi feita a reivindicação, o sindicato pediu a reposição da inflação e a Prefeitura concordou. Estamos dispostos a ir para a greve, mas há risco que o movimento seja julgado ilegal", disse. Segundo Pastova, uma saída seria reivindicar o percentual de 15,89% sem detalhar ou incluir na pauta as perdas dos servidores em 2005, quando a administração não concedeu reajuste salarial, mas um abono de R$ 70 que, depois, foi incorporado aos salários, de forma linear. "Quem ganhava o piso teve reajuste de mais de 12%, mas parte dos servidores, como os médicos, dentista, professores e demais servidores universitários , tiveram menos de 5%, o que justificaria a reivindicação das perdas", comentou. (GS)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Professores aprovam a greve durante assembleia regional

Definição estadual deve sair nesta sexta-feira na capital paulista; governo não reconhece movimento
Renan Gouvêa

Os professores da rede estadual de ensino de Ribeirão Preto aprovaram na tarde desta quinta-feira a greve por tempo indeterminado, em assembleia regional na Diretoria de Ensino da cidade. Segundo cálculo da Apeoesp (Sindicato do Ensino Oficial dos Professores do Estado de São Paulo), que lidera o movimento, cerca de 500 docentes, dos quase 4 mil professores da região da diretoria participaram da votação.

A Secretaria da Educação do Estado diz, por meio de nota, que não reconhece o movimento porque considera que 1% dos 220 mil professores da rede estão paralisados.

A posição em relação à greve da categoria será conhecida nesta sexta-feira, em assembleia geral na capital paulista, com participação de professores de todo o Estado. A paralisação dura uma semana.

Na região de Ribeirão, cerca de 80% das 116 escolas de abrangência da Apeoesp estavam totalmente ou parcialmente paradas, segundo o sindicato, que considera a adesão na região como a maior do Estado.

Passeata

Os professores que participaram da votação seguiram pela avenida Nove de Julho e pela rua São Sebastião até a esplanada do Theatro Pedro II, onde protestaram com apitos e nariz de palhaço. "Vamos continuar firmes no movimento e por tempo indeterminado", disse o diretor estadual da Apeoesp, Mauro da Silva Inácio.

O motivo da greve é o descontentamento da categoria com o novo modelo que classifica os professores para atribuições de aula por meio de prova, e não por tempo de carreira. Os professores ainda reivindicam um aumento salarial de 34,3%.

Outro lado

A Secretaria da Educação do Estado afirma que o movimento é político e "inimigo da educação". Por este motivo, a pasta ameaçou o desconto do salário dos professores que aderiram à paralisação. Já a Diretoria de Ensino de Ribeirão calcula adesão de 10% do total de 99 instituições de cobertura da entidade.

A reportagem entrou em contato nesta quinta-feira com dez escolas da rede estadual de Ribeirão. Do total, cinco não aderiram ao movimento e as outras cinco mantiveram atividades totalmente ou parcialmente.

As escolas Francisco Bonfim, Parque dos Servidores, Romualdo Monteiro de Barros e Eugênia Vilhena não aderiram à paralisação, mas afirmaram nesta quinta que alguns professores deixaram de trabalhar.

Suspeita de ameaças

Dois diretores não efetivos de escolas da rede estadual, que não quiseram se identificar com medo de represálias, disseram que receberam ameaças da Diretoria de Ensino de perderem os cargos se continuarem com o movimento. A ameaça, ainda de acordo com os diretores, veio da dirigente regional Gertrudes Ferreira.

"Ela veio conversar pessoalmente comigo", disse um dos diretores.

A dirigente, por meio da assessoria, desmentiu que tenha feito as ameaças.

fonte jornal A Cidade.

quinta-feira, 11 de março de 2010

SP precisa de um novo modelo de desenvolvimento, afirma presidente da CUT do estado


Adi dos Santos Lima
Presidente da CUT/SP


Suzana Vier - Rede Brasil Atual
Quando 2009 começou, à beira de uma profunda crise econômica mundial, o panorama indicava que mais uma vez os trabalhadores brasileiros "pagariam a conta". Mas estes não se intimidaram e reagiram com protestos, manifestações e ações propositivas para um novo modelo de estado, indica Adi Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP). "Durante o congresso da CUT-SP, foi apontada a necessidade urgente de um novo modelo de desenvolvimento", conta Lima.

Lima afirma que as sucessivas administrações tucanas no estado estão reduzindo o tamanho e o desenvolvimento de São Paulo. "Estamos perdendo receita, patrimônio e investimentos."

CUT-SP
No estado de São Paulo, 286 sindicatos são filiados à CUT e representam 946 mil trabalhadores

Em entrevista à Rede Brasil Atual, o ativista condenou a "indústria de pedágios", a privatização de empresas públicas e a precarização dos serviços de saúde e educação. "Só na [rodovia] Marechal Rondon há 15 pedágios. Nossa proposta é debater os pedágios com a população", anuncia.

"Há 18 empresas estatais numa lista de privatizações, além das diversas já vendidas para a iniciativa privada." E reforça, criticando a atual política educacional: "não podemos mais conviver com uma escola pública em que as crianças são aprovadas sem saber ler e escrever."

A administração estadual durante a crise econômica também deixou a desejar, apesar do "peso de São Paulo", classifica o sindicalista. "Enquanto o governo federal interveio e agiu para reduzir o impacto da crise, o estadual se comportou de forma irresponsável. Ficou inerte", condena.

Sem negociação
A política de recursos humanos do governador José Serra (PSDB) é outro motivo de críticas do sindicalista. "Este governo simplesmente não dialoga com os trabalhadores", dispara. "A qualidade do ensino, por exemplo, está vinculado ao tratamento, à valorização dos professores. Assim ocorre em todas as outras áreas do funcionalismo", complementa. Entretanto, o governador prefere manter-se fechado ao diálogo, cita Lima.

Para o dirigente sindical, durante as eleições de 2010, a população tem a oportunidade de "inverter a lógica neoliberal" do atual governo paulista. "Essa é nossa oportunidade de escolher pessoas com visão para o fortalecimento do estado", analisa.

"Precisamos interromper o modelo de terceirização implantado aqui. Nossa concepção é colocar o Estado em função das pessoas e da vida. Não o contrário", afirma.

Cresce movimento grevista nas escolas estaduais



A adesão à greve dos professores da rede estadual de ensino da região de Ribeirão Preto ganhou novos adeptos nesta quarta-feira (10). De acordo com a Apeopesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o movimento atinge mais que a metade das 116 instituições da região. Cerca de 60% das escolas não tiveram ou interromperam parcialmente suas atividades pedagógicas, atingindo mais de 60 mil estudantes da rede.

O Sindicato, que movimenta a greve, espera adesão de 100% da rede até a sexta-feira.

A categoria critica o novo modelo de classificação de professores para atribuições de aulas e reivindica um reajuste salarial de 34,3%. A Secretaria de Estado da Educação classifica o movimento como "político e inimigo da educação".




PELA DIGNIDADE DO MAGISTÉRIO E PELA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

Professores aprovam greve por tempo indeterminado

Reunidos em assembleia na Praça da República na sexta-feira, 5, mais de 10 mil professores aprovaram greve por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira, 8.

As principais reivindicações da categoria são: reajuste salarial imediato de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira justo; garantia de emprego; contra as avaliações excludentes (provão dos ACTs/avaliação de mérito); revogação das leis 1093, 1097, 1041 (lei das faltas); concurso público de caráter classificatório; contra a municipalização do ensino, contra qualquer reforma que prejudique a educação, em todos os níveis. Da assembleia também participaram representantes dos diretores de escola e supervisores de ensino, que decidiram, em suas instâncias, entrar em greve em conjunto com os professores.

O Magistério paulista, com esta decisão, deu um BASTA aos desmandos do governo
Serra.
Os professores aprovaram ainda o calendário de mobilizações (leia quadro), com a realização de uma nova assembleia na sexta-feira, 12, no vão livre do Masp, na avenida Paulista. As subsedes devem realizar, na quinta, 11, assembleias regionais.

Governo afronta categoria Praticamente às vésperas da assembleia, o governo do Estado anunciou, com estardalhaço, a incorporação da Gratificação por Atividade de Magistério (GAM) em três parcelas, a serem pagas em 2010, 2011 e 2012. A proposta é uma afronta e um desrespeito.

Para se ter uma ideia, , até 2012 o salário-base do PEB II em jornada de 24 horas, terá um acréscimo salarial de apenas R$ 6,47. Não queremos esmolas!

Queremos reajuste salarial e a real valorização do Magistério. Sem contar que inúmeros professores aposentados já ganharam na Justiça, em ação movida pela APEOESP, o direito de incorporação total da GAM.

Este governo gasta milhões em propagandas no rádio e na TV para apresentar mentiras à população. Onde estão as escolas com dois professores? Onde estão os laboratórios de
informática abertos nos finais de semana com monitores? Temos de dar uma resposta à altura, chamando os pais dos alunos para conhecer nossas escolas, para que possam comparar com a “escola de mentirinha” que Serra mostra na televisão.

Matéria paga

As entidades do Magistério veicularão matéria paga na Rede Bandeirantes, no intervalo do “Brasil Urgente” – entre 17h30 e 18h50 – na próxima quarta-feira, 10. Em anexo, segue carta à comunidade escolar – pais e alunos – explicando o porquê de nossa greve.

A carta deve ser reproduzida pelas subsedes. É importante também que as subsedes circulem com carros de som, denunciando os desmandos do governo e explicando as razões da greve da categoria.

Calendário de mobilização

Dia 8 de março: conversa com a comunidade escolar
Dias 9 e 10: visita às escolas
Dia 11: assembleias regionais
Dia 12: assembléia estadual no vão livre doMasp, na avenida Paulista, às 15 horas

ESTAMOS EM GREVE!
Pela dignidade do Magistério e pela qualidade da educação

Senhores pais, prezados alunos,

Você deixaria um estudante de medicina realizar uma cirurgia em seus pais ou filhos em lugar de um médico habilitado e experiente? Supomos que não. Então, por que o governo estadual permite e incentiva que estudantes e pessoas não habilitadas ministrem aulas no lugar de professores habilitados?

Com uma simples prova, o governo decidiu quem pode ou não pode ministrar aulas, desconsiderando aqueles que estudaram quatro ou cinco anos para serem professores. Com isto, não está respeitando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina que somente professores habilitados podem ministrar aulas. Muitos estudantes, tecnólogos e bacharéis estão ocupando essas funções.

Mas não é só isso! Todos nós percebemos que a rede estadual de ensino está um caos. As escolas estão desaparelhadas e os professores, desmotivados. O governo do Estado parece ver os professores como adversários e não como profissionais que merecem ser valorizados e bem remunerados. Acumulamos muitas perdas ao longo dos anos, pois não há uma política salarial, mas apenas bônus e gratificações.

Vocês vêem a forma desmazelada com que o governo trata as escolas estaduais. No ano passado,foram até distribuídos materiais com erros grosseiros, palavrões e temáticas inadequadas para os nossos alunos.

O governo mente na sua propaganda. Onde estão as escolas com dois professores em sala de aula? Onde estão os laboratórios de informática abertos nos fins de semana com monitores?

Através de provas e avaliações, o governo discrimina professores, não garante cursos de formação no local de trabalho, mantém salas superlotadas e não realiza concursos públicos. Hoje, 100 mil professores (ou 48% do total) são temporários. Não é possível trabalhar bem nestas condições, o que prejudica a qualidade do ensino.

Diante de tanto desrespeito, estamos dando um Basta! Queremos carreira justa, salário
digno, condições de trabalho e condições de ensino-aprendizagem para nossos alunos. Por isto, precisamos da compreensão e do apoio de todos, pois, com a nossa luta, a qualidade do ensino vai melhorar.

Estamos em greve por tempo indeterminado, até que o governo negocie conosco o atendimento de nossas reivindicações em busca da melhoria da escola pública.

Diretoria da APEOESP