sexta-feira, 12 de março de 2010

Professores aprovam a greve durante assembleia regional

Definição estadual deve sair nesta sexta-feira na capital paulista; governo não reconhece movimento
Renan Gouvêa

Os professores da rede estadual de ensino de Ribeirão Preto aprovaram na tarde desta quinta-feira a greve por tempo indeterminado, em assembleia regional na Diretoria de Ensino da cidade. Segundo cálculo da Apeoesp (Sindicato do Ensino Oficial dos Professores do Estado de São Paulo), que lidera o movimento, cerca de 500 docentes, dos quase 4 mil professores da região da diretoria participaram da votação.

A Secretaria da Educação do Estado diz, por meio de nota, que não reconhece o movimento porque considera que 1% dos 220 mil professores da rede estão paralisados.

A posição em relação à greve da categoria será conhecida nesta sexta-feira, em assembleia geral na capital paulista, com participação de professores de todo o Estado. A paralisação dura uma semana.

Na região de Ribeirão, cerca de 80% das 116 escolas de abrangência da Apeoesp estavam totalmente ou parcialmente paradas, segundo o sindicato, que considera a adesão na região como a maior do Estado.

Passeata

Os professores que participaram da votação seguiram pela avenida Nove de Julho e pela rua São Sebastião até a esplanada do Theatro Pedro II, onde protestaram com apitos e nariz de palhaço. "Vamos continuar firmes no movimento e por tempo indeterminado", disse o diretor estadual da Apeoesp, Mauro da Silva Inácio.

O motivo da greve é o descontentamento da categoria com o novo modelo que classifica os professores para atribuições de aula por meio de prova, e não por tempo de carreira. Os professores ainda reivindicam um aumento salarial de 34,3%.

Outro lado

A Secretaria da Educação do Estado afirma que o movimento é político e "inimigo da educação". Por este motivo, a pasta ameaçou o desconto do salário dos professores que aderiram à paralisação. Já a Diretoria de Ensino de Ribeirão calcula adesão de 10% do total de 99 instituições de cobertura da entidade.

A reportagem entrou em contato nesta quinta-feira com dez escolas da rede estadual de Ribeirão. Do total, cinco não aderiram ao movimento e as outras cinco mantiveram atividades totalmente ou parcialmente.

As escolas Francisco Bonfim, Parque dos Servidores, Romualdo Monteiro de Barros e Eugênia Vilhena não aderiram à paralisação, mas afirmaram nesta quinta que alguns professores deixaram de trabalhar.

Suspeita de ameaças

Dois diretores não efetivos de escolas da rede estadual, que não quiseram se identificar com medo de represálias, disseram que receberam ameaças da Diretoria de Ensino de perderem os cargos se continuarem com o movimento. A ameaça, ainda de acordo com os diretores, veio da dirigente regional Gertrudes Ferreira.

"Ela veio conversar pessoalmente comigo", disse um dos diretores.

A dirigente, por meio da assessoria, desmentiu que tenha feito as ameaças.

fonte jornal A Cidade.

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