sábado, 27 de março de 2010

GOVERNO SERRA AGRIDE PROFESSORES



GOVERNO SERRA AGRIDE PROFESSORES - Tropa de choque cerca ruas da região do Palácio dos Bandeirantes e ataca professores com bombas de efeito moral e balas de borracha vários professores ficaram feridos.






PROFESSORES DECIDEM: GREVE CONTINUA

Próxima Assembleia - dia 31 (quarta-feira) na Paulista
EXIGIMOS NEGOCIAÇÃO JÁ!

Mais uma vez os professores deram uma demonstração de garra e disposição de luta nesta sexta-feira, 26. Além da chuva, que marcou o início da assembleia estadual, realizada no Morumbi, nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, os professores enfrentaram a truculência do governo José Serra, que posicionou a tropa de choque, a Cavalaria e a Força Tática no entorno da sede do governo para impedir o direito ao livre trânsito de professores. Houve conflito. A tropa de choque usou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha contra a categoria. Vá-rios professores ficaram feridos.

O governo tentou de tudo para evitar a realização da assembleia, realizando bloqueios policiais nas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares e na Marginal do Tietê para barrar os ônibus que traziam professores do interior. Não conseguiu. Mais de 40 mil professores aprovaram a continuidade da greve e uma nova assembleia no próximo dia 31 de março (quarta-feira), às 15 horas, no vão livre do MASP.

Uma comissão foi recebida pelos secretários adjuntos da Casa Civil e da Educação apenas para afrontar mais uma vez o nosso movimento, propondo que a negociação se dê apenas com o fim da greve. Entretanto, cabe aos professores – e não ao governo – decidir o encerramento da greve, mediante o atendimento das reivindicações.

Materiais de mobilização

A assembleia aprovou a realização de um dia estadual de doação de sangue, em 30 de março, cujo cartazete segue anexo a este fax, para ser reproduzido pelas subsedes.
Também segue anexo um panfleto dedicado aos professores que prestarão a prova do concurso no próximo domingo, 28. Orientamos para que a panfletagem ocorra nos locais das provas ao final do exame. Da mesma forma, segue material a ser encaminhado às igrejas, solicitando que seja lido nas missas e cultos dominicais.

Os cartazes convocatórios estarão disponíveis às subsedes da Capital e da Grande São Paulo nesta segunda-feira, na Sede Central, a partir das 12 horas.

Bota-fora de Serra

A participação no bota-fora de Serra no dia 31 de março, às 12 horas, na Praça do Patriarca, será organizada em alas.
Abaixo, encaminhamos distribuição das subsedes, com temas relativos à rede estadual de ensino.

Solicitamos que os professores vistam-se com as cores de cada ala. Outra sugestão é criar algum acessório e/ou fantasia que possa ser “vestido” pelos professores por cima da roupa.

Nossas principais reivindicações:
Reajuste imediato de 34,3%;
Incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
Contra o provão dos ACTs;
Contra a avaliação de mérito;
Contra o PLS 403 (Senado Federal);
Pela revogação das leis 1093, 1041, 1097;
Por um plano de carreira justo;
Concurso público de caráter classificatório.

ASSEMBLEIA ESTADUAL
31/03 – 15 horas – Vão livre do MASP
São Paulo, março de 2010.
Prezados senhores, prezadas senhoras,

A APEOESP, sindicato dos professores estaduais, pede respeitosamente licença para expor aos senhores e às senhoras, resumidamente, a situação atual da rede estadual de ensino, e os motivos que nos levaram a estar em greve desde o dia 8 de março.
Esta nossa mensagem é importante, porque estamos dialogando com pessoas cujos filhos e filhas são, possivelmente, nossos alunos e alunas na escola pública.

O propósito da nossa greve é, sim, melhorar nossas condições salariais e de trabalho, mas o objetivo maior é oferecer um ensino sempre de melhor qualidade.

Estar em greve nunca é uma situação fácil; por isto ela é um recurso que utilizamos quando as portas se fecham e não ocorre a negociação. É o que tem acontecido. Há muito tempo estamos alertando o governo de que nossos salários são muito baixos, que acumulamos muitas perdas e que as condições de trabalho são muito ruins. Isto afeta a qualidade do nosso trabalho e prejudica o aprendizado de seus filhos e filhas.
Mas o governo não nos atende, nem quer negociar. A resposta é sempre não, não e não.

Para piorar, agora manda a polícia militar nos agredir, como tem ocorrido em diversas cidades e, com maior gravidade, na tarde de 26 de março nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, deixando vários professores feridos.

Os senhores e as senhoras sabem que o professor que alfabetiza seus filhos, na jornada de trabalho de 24 horas semanais, ganha apenas seis reais e cinquenta e cinco centavos por hora aula?

E que o professor de 5ª a 8ª série e ensino médio ganha apenas sete reais e cinquenta e oito reais por hora aula? E que o nosso vale alimentação é de apenas quatro reais?

Escola não é só prédio e equipamentos. Eles são importantes, mas a essência da escola são as pessoas que nela estudam e trabalham. No entanto, ao contrário de serem valorizados, os professores estão submetidos a muita pressão. Leis e decretos que retiram direitos profissionais, impõem obrigações injustificadas, provas para isto e para aquilo e estimulam uma competição nada saudável entre professores, criando um clima nas escolas que não ajuda a melhorar o processo educativo.

Nós precisamos do apoio e da compreensão de vocês. Nossa profissão é ensinar. Nós formamos e dedicamos nossas vidas a isto. Nosso instrumento de trabalho é a educação. Estamos tristes com tanto desrespeito do governo, mas não nos entregamos porque temos compromisso com cada um de vocês e com seus filhos e filhas.

Quanto mais apoio houver, mais rápido o governo negociará e as escolas estaduais de São Paulo voltarão à sua rotina normal, mas haverá mais qualidade de ensino... podem estar certos disto!

Um grande abraço. Muito obrigada!
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Salário, emprego, carreira, SIM! Provinhas e provões, NÃO!

AUTORITARISMO E TRUCULÊNCIA NÃO VÃO NOS CALAR
A GREVE CONTINUA. NEGOCIAÇÃO JÁ!

Este momento, o da realização do concurso público, é extremamente importante na vida daqueles que já estão há algum tempo na rede estadual como temporários – e que buscam se efetivar, para os que desejam melhorar sua situação funcional e para os que sonham iniciar a carreira do magistério, recém-saídos das universidades.

A APEOESP sempre defendeu o ingresso na carreira pública por meio de concurso de provas e títulos, e de caráter classificatório, mas os sucessivos governos do PSDB não realizaram concursos periódicos, em número suficiente.

O resultado é que mais de 48% dos professores da rede estadual são contratados em caráter temporário – e isto significa mais de 100 mil profissionais. Agora, o governo realiza um concurso eliminatório, em duas fases, para preencher apenas 10 mil vagas!

Ao mesmo tempo, por falta de uma política salarial, os salários dos professores estaduais estão extremamente achatados. Estado mais rico da Federação, São Paulo paga o 16º pior salário do país: o PEB II, em jornada de 24 horas semanais, ganha R$ 7,58 por hora-aula; o PEB I, R$ 6,55. Ganhamos menos que os nossos colegas do Acre (R$ 11,70 a hora-aula), de Roraima (R$ 10,32), Alagoas (R$ 10,15).

O governo Serra, com a ampla maioria na Assembleia Legislativa, impôs um pacote de maldades contra os professores: as leis 1093, 1041 e 1097. Elas limitam o reajuste salarial apenas aos professores que sejam aprovados em uma prova, ainda assim limitados a 20% do total de professores. Ou seja, o reajuste pode ser dado apenas a um número ínfimo de professores e, de cara, 80% ficam prejudicados. Quanto aos temporários, os ingressantes e os que não são abrangidos pela lei 1010/07 (da Previdência Estadual) têm que se submeter a uma prova todos os anos, para participar do processo de atribuição de aulas. Pior, os contratos dos novos temporários terão validade de até 12 meses depois terão que cumprir uma “quarentena” de 200 dias para poder se candidatar de novo no processo de atribuição.

Isto precariza ainda mais a já precária situação do professor temporário.
É por estas razões e tantas outras que estamos em greve. Temos a necessidade de reajuste imediato de 34,5% para repor as perdas salariais dos últimos 12 anos. Também reivindicamos a revogação das leis 1093, 1041 e 1097 queremos emprego e concurso público de caráter classificatório para efetivar o maior número de professores e, desta forma, garantir o emprego.

Mas ao invés de negociar, o governador José Serra nos trata com truculência. Na assembleia do dia 26, no Palácio dos Bandeirantes, a violência atingiu níveis inaceitáveis. Vários professores foram feridos pela ação da tropa de choque.
Contudo, não vamos nos calar. Não nos intimidaremos por ameaças, afrontas e truculência. Nossa greve continua pela melhoria das condições de trabalho, por nossos salários e empregos. Não à prova de mérito; não às provas dos temporários; não às políticas excludentes do governo estadual. Contamos com o seu apoio. Participe conosco na quarta-feira, 31, da nossa assembleia estadual, na avenida Paulista (vão livre do MASP), a partir das 14 horas.

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